A luz no final do túnel se apagou e a Santa Casa de Fernandópolis entra, de novo, numa espiral de crise sem fim. O vilão agora são os bloqueios judiciais que estão colocando em xeque pagamento de funcionários e até compra de alimentos e medicamentos. O cenário critico foi detalhado pelo provedor Marcus Chaer à imprensa durante encontro na sexta-feira, 17, antes do carnaval.“A Santa Casa vem passando por um momento crítico, apesar de todos os desafios já superados desde a intervenção. Estamos sofrendo com bloqueios judiciais de processos de execução contra o hospital. São centenas e, desde que chegamos aqui há 3 anos, estamos conseguindo fazer acordos e honrar pagamentos. Só que infelizmente agora a situação sai novamente de controle. Estamos com vários bloqueios, um de grande porte, inclusive, que está travando todas as contas”, disse o provedor.Embora as verbas públicas sejam impenhoráveis, mas são bloqueáveis e o hospital demora para conseguir o desbloqueio. Nesse tempo, a situação se agrava, diz Chaer.“Podemos correr o risco daqui algumas semanas de não conseguir comprar alimentos, medicamentos, pagar os funcionários. Já estamos com atraso no pagamento de médicos. É uma situação complicada e não há saída, sem ajuda”, enfatizou.Sobre o futuro, o provedor diz que a Santa Casa não consegue enfrentar todos os problemas sozinha. “É momento de ter a sensibilidade das autoridades e entender o que vem ocorrendo, buscando uma solução em conjunto para sair dessa situação. Mostramos que a Santa Casa é viável. Já conseguimos reduzir a dívida e podemos avançar mais, mas isso não depende só de nós. O hospital precisa de ajuda”, apelou.Segundo ele, em entrevista a Rádio Difusora FM, o maior problema é o de curto prazo, diante dos bloqueios judiciais que estão ocorrendo. “Eles acabam matando nosso fluxo de caixa e ficamos impossibilitados de fazer qualquer ação, desde pagamentos até investimentos. Isso até chegar o momento em que os nossos fornecedores, colaboradores e médicos vão acabar negando-se a fazer algo por conta da falta de pagamento”, explicou. Para o provedor, a Santa Casa chega a um ponto de inflexão, mudar a rota para evitar o colapso diante da possibilidade do hospital fechar as portas. “Cobramos dos nossos colaboradores o melhor atendimento aos pacientes, dos médicos que possamos atingir as metas do SUS, que todos possam vestir a camisa do hospital. Buscamos a transparência total. Hoje não se trata mais de um problema interno do hospital. Estamos sendo vítimas de fatores externos. Graças a Deus ainda não atrasamos salários dos colaboradores até hoje. Mas, se continuar esses bloqueios, infelizmente, poderemos chegar a um momento que não poderemos pagar salário Diante da situação dos médicos, com atrasos, é insustentável manter a Santa Casa sem ajuda da sociedade”, citou. Para o provedor, “o quadro no hospital não pode mais ficar à mercê de um ou outro CPF ou CNPJ, ou dos funcionários e médicos se doarem. O risco de colapso é iminente. Temos entre colaboradores, médicos e residentes cerca de 700 pessoas, envolve muitas famílias e é importante que isso funcione para o bem da cidade”.Lembrou que por conta de ação trabalhista, o prédio da Santa Casa avaliado em R$ 45 milhões pode ser leiloado para quitar uma dívida de R$ 2,7 milhões.Marcus Chaer, por fim, desabafa. “A gente passou por muita coisa, superamos crises, superamos a pandemia, para chegar nesse momento e morrer na praia. Esperamos compor alguma solução para evitar isso”.
alerta provedor Da Redação 26 de Fevereiro de 2023 às 06:00h Fernandópolis - SP
Repostada por Ivani Lourenço
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